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Autora de 'Ai se eu te pego' conta como virou produtora em Miami: 'Não me considero compositora' - Imprima FM

Autora de ‘Ai se eu te pego’ conta como virou produtora em Miami: ‘Não me considero compositora’

Lançada oficialmente há 10 anos, “Ai se eu te pego” só virou sucesso após cinco versões diferentes e quatro anos de muita insistência de Sharon Acioly.

A empresária de 50 anos também é autora da “Dança do Quadrado”, hit que viralizou em 2008. Hoje, ela mora em Miami, onde produz festas infantis, mas os dois sucessos são dos tempos em que ela era a criadora de músicas e coreografias do Axé Moi, complexo de lazer em Porto Seguro, na Bahia.

“Eu não me considero compositora”, diz Sharon ao G1. “Só fiz duas músicas na vida e vieram de brincadeiras de palco. Como não estou mais no palco para ter essas inspirações, não tem nada para compor. A coisa vinha ali da troca com a plateia. Você vai brincando e vira música.”

Nesta semana, o G1 conta as histórias dos maiores hits do Brasil no exterior. E de seus compositores. Quais as músicas brasileiras que bombaram nas paradas da Europa e dos EUA?

Criada no Rio de Janeiro, Sharon nasceu nos Estados Unidos, para onde voltou em 2016. “Eu tenho duas festas consolidadas. Faço carnaval, folia junina.”

“Vim pra cá, porque estava bem ruim de trabalho. Eu estava trabalhando com eventos. Depois das Olimpíadas, o mercado no Rio ficou muito, muito ruim. Caíram demais os eventos. Eu tenho uma filha de sete anos. Achei que seria uma boa e vim para cá.”

Gritinhos de estudantes

“Ai se eu te pego” foi criada a partir dos gritos de três estudantes paraibanas, que estavam no Axé Moi. “Eu vi aquilo e botei as meninas em cima do palco. ‘Agora vocês vão ser minhas backing vocals’. Eu apresentei os dançarinos e elas entraram falando. Ficou nisso. Elas foram embora e eu continuei usando aquilo.”

A primeira versão da música foi escrita em meia hora, no percurso entre os aeroportos de Guarulhos e Congonhas. Sharon criou a versão mais estruturada (“estrofe, refrão, tudo direitinho”) para apresentá-la no programa “Superpop”, de Luciana Gimenez. Mas não rolou. Então, começou a usar a nova “Ai se eu te pego” em uma turnê pelo Brasil, de carona em “Dança do Quadrado”.

Depois de um apresentador de uma barraca de praia rival do Axé Moi começar a cantar a música, Sharon correu para gravar e registrar “Ai se eu te pego”. Segundo Sharon, ela tentou conversar com as três meninas para creditar a coautoria, mas não teve respostas. Após o sucesso, as estudantes entraram na justiça e foi feito um acordo.

Após o sucesso do vídeo de “Dança do Quadrado” no YouTube, hoje com mais de 22 milhões de visualizações, ela tentou a sorte de novo. “Eu pensei com os meus botões: ‘Pô, vou fazer um vídeo tosco do ‘Nossa, assim você me mata’. A gente vai bombar e vai viralizar”, lembra Sharon, rindo.

“Só que não deu certo. O vídeo não deu em nada. Mas eu continuava insistindo. Eu tocava duas, três vezes por dia no Axé Moi. Os dançarinos já querendo de matar. Mas eu dizia: ‘Eu não posso abandonar isso, porque vai acontecer alguma coisa com esse negócio.’ Foram quatro anos até a música chegar no Michel Teló. Eu insisti muito.”

Cantada por Michel Teló, “Ai se eu te pego” subiu até o lugar de número 81 no Hot 100, a principal parada da revista americana “Billboard”. Na Europa, foi ainda melhor. Ela ficou em primeiro lugar em rankings da Suíça, Alemanha, Áustria, França, Holanda, Bélgica, Suécia, Espanha e Itália.

Boa parte do sucesso é explicada pela coreografia, que foi parar nos jogos do Real Madrid. Marcelo, lateral-esquerdo do time espanhol, apresentou os passinhos para Cristiano Ronaldo. O atacante português comemorou muitos gols dançando “Ai se eu te pego”, em 2011.

Antes de Teló

A banda baiana Meninos de seu Zeh foi a primeira a cantar em shows. A primeira versão oficial foi da também baiana Cangaia de Jegue, em 2010, com um arranjo mais forró pé de serra.

Mas a música mostrou sua força no nordeste após ser comprada por Wesley Safadão, na época ainda vocalista do Garota Safada. Em 2011, era comum sucessos surgirem no nordeste, com versões forrozeiras, e depois estourarem de vez com versões sertanejas dançantes.

Naquele ano, o cantor cearense contou ao G1 que pagava entre sete e quarenta mil reais para comprar a exclusividade de gravação dessas músicas. Ele fez um acordo para ter a exclusividade de “Ai se eu te pego”, mas depois fez um acordo com Teló e Sharon para liberá-la. “Ter a autorização para cantar uma música é igual comprar um carro. Você compra e a música é sua”, comentou Safadão.

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